Energia nos ecossistemas: cadeias, teias e eficiência trófica
Cadeias alimentares, teias do solo e escolhas humanas
Nos ecossistemas, a energia entra pela fotossíntese e flui dos produtores para herbívoros e carnívoros através de cadeias e teias alimentares. Esta rede começa logo no solo, onde microrganismos, fungos, insetos e minhocas formam as teias alimentares do solo. Estes organismos decompõem a matéria orgânica, reciclam nutrientes e tornam-nos disponíveis para as plantas, que depois alimentam o restante ecossistema.
Nas teias do solo destacam-se três vias tróficas que trabalham em conjunto:
- Via radicular, ligada às raízes e aos exsudados das plantas.
- Via bacteriana, que decompõe rapidamente matéria orgânica fresca.
- Via fúngica, mais eficiente a decompor resíduos complexos e a reter nutrientes a longo prazo.
Práticas intensivas, como mobilização excessiva e queimadas de restolho, quebram a via fúngica e empobrecem o solo. Em contrapartida, rotações, plantas de cobertura e composto mantêm a diversidade de interações e tornam o solo mais resiliente.
cadeias, teias e eficiência trófica
Eficiência trófica e pirâmides
A cada passagem de energia de um nível trófico para o seguinte, perde-se grande parte da energia em calor e respiração. Em média, cerca de 10 por cento passa para o nível seguinte, por isso as cadeias são curtas e existem menos organismos no topo. Em ecossistemas terrestres, 80 a 90 por cento da matéria vegetal não vai para herbívoros, entra no circuito dos detritívoros e decompositores, que fecham o ciclo e mantêm a fertilidade do solo. As pirâmides de número, biomassa e energia ajudam a visualizar estas diferenças.
Nem todos os ambientes funcionam da mesma forma, em sistemas aquáticos a produtividade depende muito de luz e nutrientes e pode concentrar-se em zonas de afloramento costeiro; já o excesso de nutrientes pode causar eutrofização e colapsar teias.
Teias aquáticas e impactos humanos
As teias marinhas e dulçaquícolas são sensíveis à sobrepesca, à perda de predadores, à poluição e às alterações climáticas. Estes fatores desestruturam teias e reduzem a segurança alimentar. Escolhas de consumo informadas, como pescado de origem sustentável e proteção de habitats costeiros, ajudam a manter teias estáveis.
Espécies invasoras e teias
Invasoras e teias alimentares
Algumas espécies invasoras simplificam as teias, reduzem polinizadores e competem com plantas úteis à agricultura. Controlar invasoras e plantar nativas protege a produção local e a biodiversidade que sustenta o nosso prato.
- Base vegetal no dia a dia, hortícolas, fruta, cereais integrais e leguminosas como fonte de proteína, usam menos “degraus” energéticos do que alimentos do topo da cadeia.
- Peixe e carne em porções moderadas, escolhendo origem sustentável e espécies não sobre exploradas.
- Valoriza alimentos de sistemas que cuidam do solo, compostagem, plantas de cobertura e rotações, o “trabalho invisível” dos decompositores mantém a fertilidade que sustenta o teu prato.
- Compara menus: um com maior base vegetal e outro mais rico em produtos animais. Qual usa menos recursos do ecossistema e porquê?
Sabias que…
Em muitos ecossistemas terrestres, a maior parte da energia das plantas não segue para herbívoros, é transformada por detritívoros e micróbios do solo, que devolvem nutrientes às raízes.
Certos poluentes podem aumentar de concentração ao subir a cadeia, fenómeno chamado biomagnificação, mais um motivo para reduzir a poluição e escolher práticas agrícolas responsáveis.
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